Guaíra amplia ações para proteger araras e orienta: não alimente as aves

O Município de Guaíra, por meio da SEMAIM (Secretaria Municipal de Agropecuária, Infraestrutura e Meio Ambiente) e da Diretoria do Centro de Controle de Animais, iniciou uma ação educativa voltada à proteção das araras urbanas que habitam áreas da cidade. A iniciativa atende a um ofício protocolado pela vereadora Keila Marta, que solicitou uma campanha orientativa sobre os prejuízos causados pela alimentação inadequada fornecida pela população.
As araras-canindé, não são espécies originárias desta região, são mais comuns na área do Mato Grosso do Sul, a cerca de 100 km de Guaíra. Essas aves que estão em Guaíra surpreenderam a cidade e já fazem parte do cenário local e até da vitrine turística. Elas foram adotadas e acolhidas pela população guairense e vivem de forma relativamente livre na cidade e frequentemente interagem com os moradores. Apesar de parecerem dóceis e habituadas ao contato humano, as aves enfrentam sérios riscos decorrentes da urbanização e da ação direta das pessoas.
Alimentação incorreta altera o comportamento das aves
Muitas pessoas oferecem restos de comida, pão, frutas adoçadas, biscoitos ou arroz temperado. Esse tipo de alimentação compromete a saúde da ave, interfere na flora intestinal, reduz a imunidade e causa doenças. O ideal é que a arara busque sua alimentação natural, composta por sementes, frutas silvestres e brotos.
Além disso, ao receber alimentos diretamente de humanos, o animal passa a associar a presença de pessoas com comida. “Esse comportamento representa uma mudança preocupante. Algumas araras já se aproximam demais das pessoas e até atacam bolsas ou sacolas em busca de alimento”, alertou a equipe técnica do Município.
Acidentes e risco de tráfico preocupam autoridades
No mês de maio, uma arara morreu eletrocutada ao pousar sobre uma rede de alta tensão. A equipe de fiscalização também recebeu denúncia sobre pessoas que estariam planejando capturar os animais para vendê-los ilegalmente. O tráfico de fauna silvestre configura crime ambiental e compromete ainda mais a sobrevivência da espécie.
Ações ambientais em andamento
Para garantir a segurança das araras e manter o equilíbrio ecológico, o Município já tomou diversas providências:
Solicitou autorização ao Instituto Água e Terra (IAT) para capturar as araras urbanas de forma segura;
Iniciará a marcação dos indivíduos com microchips e anilhas de identificação;
Realizará a sexagem, identificando machos e fêmeas para mapear o comportamento reprodutivo;
Instalou um ninho artificial na Igrejinha de Pedra e planeja instalar outros em pontos estratégicos da cidade;
Avaliará a introdução de novos indivíduos, com o objetivo de garantir a variabilidade genética da população local.
Essas medidas visam transformar Guaíra em um modelo de manejo urbano de fauna silvestre, respeitando a vida animal e promovendo uma convivência harmônica com o meio ambiente.
População exerce papel essencial
O Município conta com a colaboração da população, que exerce papel decisivo para o sucesso das ações. Por isso, a campanha traz uma mensagem direta:
Não alimente as araras. Não tente pegá-las. Não ofereça alimentos industrializados ou restos de comida.
Quem se aproxima com comida estimula comportamentos agressivos e coloca a ave em risco. “As araras são inteligentes e aprendem rápido. Se alguém alimenta hoje, amanhã elas retornam ao mesmo local em busca do alimento”, destacou a Diretoria do Centro de Controle de Animais.
Qualquer atitude suspeita pode ser denunciada anonimamente ao Centro de Controle de Animais, à Guarda Municipal ou à Polícia Ambiental.
Preservar é dever de todos. Guaíra protege suas araras e precisa do apoio da população para garantir o bem-estar e a permanência dessas joias da natureza.