“O Alívio da Variação”: poesia como reflexão e transformação

No último domingo, feriado de Páscoa, 20 de abril, na enigmática área arborizada, a Galeria Frei Pacífico, espaço cultural de destaque em Guaíra, um ambiente rústico moderno, foi o palco de uma celebração cultural. O guairense, escritor jornalista, professor e historiador, Cristian Aguazo realizou o Lançamento oficial do seu segundo livro, com apresentações e diálogos com o público.

O evento literário, reuniu filósofos, músicos, comunicadores , intelectuais, amigos e familiares do escritor, numa celebração que contou ainda, com a participação da banda local de heave metal, Burnfield. A banda realizou a apresentação do seu último trabalho com oito músicas autorais, inclusive uma em homenagem a extintas Sete Quedas, a canção Seven Falls. Também a banda Zantoe realizou uma animada apresentação que contou com participações especiais como o anfitrião e demais convidados.

O livro intitulado O Alívio da Variação, é um projeto fomentado pela Lei Aldir Blanc que tem como intermediário e apoiador, o Município de Guaíra, por intermédio da Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura via Diretoria de Cultura.

A iniciativa dá vida à obra poética do escritor e agitador cultural Cristian Edgar Aguazo, que reúne mais de 20 anos de dedicação à literatura em um único livro.

A coletânea presta homenagem à poesia como arte essencial, e se propõe como válvula de escape e instrumento de reflexão diante dos desafios e belezas da existência humana. Em meio a um cenário de tensões sociais, polarizações e crises emocionais, O Alívio da Variação apresenta a poesia como linguagem universal, capaz de tocar corações e mentes.

Com diversidade estilística e temática, os poemas oferecem momentos de introspecção, questionamento e alívio. As composições abordam memórias, sensações e vivências pessoais que dialogam com sentimentos coletivos. A estrutura do livro segue um conceito fluido, inspirado nos diferentes tipos sanguíneos, que sugere unidade na diversidade. A proposta reforça o caráter democrático da poesia, que transita entre tons melancólicos, críticos, irônicos e contemplativos.

A cidade de Guaíra também ocupa papel central na obra. Ela é retratada como espaço de histórias, memórias e inspirações que dialogam com a identidade cultural local.

Mais do que uma publicação, o projeto busca democratizar o acesso à poesia por meio de ações culturais. Entre as atividades previstas como contrapartida estão:

Distribuição gratuita de exemplares em bibliotecas escolares e comunitárias;

Palestras e declamações do autor com discussões sobre a relevância da poesia na sociedade contemporânea;

Perguntado sobre a emoção de lançar sua segunda obra, Cristian relatou: “Uma realização pessoal de décadas. A poesia é o gênero que pratico há mais tempo, mas sempre me senti inseguro em publicar. Há poemas no livro de 2002. De 2012. E de 2024. São muitas fases. Enfim, já era tempo de publicar esse trabalho que me custou dores, amores, tantas trocas de roupa. Temas, poemas e problemas nunca faltarão não. As coisas que faltam também, no entanto, se materializam, porque a poesia é mágica e só ela salva. Só ela serve. Só ela faz sentido em tempos de busca por uma justificativa para a vida. Como diz Waly Salomão. Já não me habita nenhuma utopia - animal em extinção. É preciso praticar poesia, a menos culpada de todas as ocupações.” O escritor ainda afirmou que o terceiro livro de Crônicas já está pronto e muitos outros em construção.

A iniciativa reafirma a literatura como instrumento de transformação social e cultural, estimula o hábito da leitura e valoriza a produção artística regional.